Wednesday, April 29, 2009

Mary também é gente como a gente!

Prezados,

Perdoem o sumiço, mas como o nivel de stress atingiu limites perigosissimos tive que sair do ar e tirei féerias.

Antes de mais nada aviso que a eventual falta de acentuaçao é proposital. Estou na Italia e os filhos da mae nao tem todos os acentos no teclado. Eles tem até circunflexo mas nao funciona! Algum motivo deve haver mas, sinceramente, liguei do foda-se. Com estilo.

Eu poderia todos os motivos para me iritar mas por incrivel que pareça esta bem complicado.

Meu primeiro dia na Italia foi extra-oficial. Estava no sul da França, fiz uma excursao ate San Remo para visitar um marché (pior coisa que fiz na minha vida, minhas malas nao fecham desde o quarto dia de viagem) e tao logo ponho os pés em solo Italiano a primeira coisa que ouço é um Italiano praticamente gritar Che Bella, o que a mim soou como "gostosa" pra todo mundo ouvir.

Olhei INCREDULA para o filho da mae e o mesmo ficou super sem graça, acho que porque havia um senhor de idade me seguindo para quem ele pediu desculpas. Pelo menos os filhos da mae devem ter mae por aqui.

Tomei cantadas piores em Veneza e nao so sobrevivi como o autor da atitude ridicula. E ainda sai rindo!

Chutei o balde. Estou comendo tudo que quero, na hora que quero. Massa duas vezes ao dia. Paninis sem pensar. Leite? Hahaha!! Dois gelattos por dia e no minimo!!

E pra minha alegria nao estou engordando. Devo ter perdido um quilo, ja que as calças que chegaram aqui justinhas estao soltinhas. Onde ja se viu? E eu crente que voltaria para casa como uma Venus de Botticelli. Alias, acho que aqui eu seria uma Deusa...

Viajar sozinha nao é mal, posso arriscar dizer que pode ate ser melhor que viajar acompanhado, pois consigo fazer planos que nao fazia antes, ja que meu ritmo e diferente. Nao tive problemas nos hostels, fiz varios amigos e estou rindo diariamente.

Ate mesmo no dia em que quase me desesperei porque um dos Hostels nao era Hostel, era Bed and Breakfast, os donos da casa nao estavam. Sorte que um dos hospedes estava em casa e veio abrir a porta embrulhado na toalha. Europeu é um bicho estranho.

Ademais, onibus e trens nos horarios certos. Piso nas faixas de pedestres e os carros param. Gente educada, urbana, nada de malandragem. Isso sao ferias!! Estou ha exatos 11 dias sem me estressar, isso nunca me aconteceu antes. Nem em viagens anteriores e olha que perrengue sempre rola.

Varios amigos novo, me impressiono com a receptividade das pessoas aqui. falar ingles ajuda, se souber frances entao, isso pode abrir muitas portas.

Hostel e algo dos deuses. E simples, barato mas funciona. Nao sei porque ninguem repete cafe da manha mas eu repito e eles sorriem. Ate mesmo quando peço pra repetir o cafe, acho que bebida e a unica coisa que nao posso repetir.

Aqui, café expresso ée o que chamamos de curto, é UM dedo de cafe. Expresso Luongo é o equivalente ao nosso café e tem o café americano, equivalente àquela agua suja que eles bebem.

Expliquei à moça do refeitorio que aqui no Brasil o nosso expresso é como o expresso luongo deles, expresso curto é o que eles chamam de expresso normal. Café americano? Explico que no Brasil isso nao existe, talvez no Starbucks e ela morre de rir.

No final das contas, sou a unica aqui que bebe um expresso quadruplo. Em xicara de porcelana.

This is Sparta!

Bacci

Wednesday, April 15, 2009

Amizades virtuais: Reais


Amigo é coisa pra se guardar... onde mesmo?

Tive uma saudável DRA com minha melhor amiga (Discussão de Relacionamento Amizade) onde ela, típica amiga ciumenta, afirma reclama que "Twitter" é um antro de solidão.

De uns tempos para cá, virei habituée do twitter e ali reencontrei amigos de longa data como o Homem-mel e sua adorável esposa, que tenho o prazer de conhecer há mais de dez anos, Dos áureos tempos de BBS. Sem mencionar antigos conhecidos, com quem estreitei laços e novos amigos que fiz

BBS quem? Era o que eu mais ouvia. Todo mundo entende o que é internet mas ninguém consegue compreender o conceito de BBS. Pra mim BBS era como a internet de hoje, só que limitada a certo número de usuários. Podia-se banir os incovenientes. Bons tempos...

A época do BBS foi mágica para mim. Estava na faculdade e tudo era mais complicado, amigos morando muito longe, sonhos diferentes, culturas e programas diferentes e tal. Os amigos de escola se dispersaram, outros cursos outras patotas. Aí entrou o BBS em minha vida.

O que começou com uma mensagem através da conta do meu irmão, revoltada com uma mensagem machista em um dos fóruns fez com que eu quisesse, semanas depois, abrir minha própria conta!

Naquele tempo a internet ainda era discada, modem de 9.600kbps e por uma módica assinatura de R$ 29,90 tínhamos direito a UMA hora diária de acesso. Impensável para quem hoje em dia fica online quase o dia inteiro, seja no trabalho, seja em casa e até mesmo no celular.

O bacana mesmo era a troca de mensagens: conectava-se de manhã, de tarde e de noite e, utilizando-se de programas como Blue Wave e OLXwin, baixávamos os chamados pacotes de mensagens e podíamos ler e respondê-las offline, economizando os preciosos minutos diários. O restante? Havia um pífio chat online, divertidíssimo por sinal e arquivo para onde podíamos enviar programinhas úteis, textos, fotos.

Apesar de ter direito a apenas uma hora, o computador era um só, a confusão imensa ao ponto de o mesmo ter sido rachado (literalmente) entre eu e meu irmão e foi aí, em meados de 1997, que montei meu primeiro PC.

No início, RIAM, eu não tinha HD. Tinha um disquete com o básico para o computador ligar (autoexec.bat, command.com e um outro arquivo cujo nome não me lembro) e, a partir dali, usando um programa no mesmo disquete, baixava o pacote e respondia no mesmo disquete. Felicidade pouca é bobagem! Meses assim até meu padrinho me doar um HD de 500 Mb, que, aliás, ainda conservo lá em casa, com as fotos dos encontros do BBS.

O tempo se passou e o virtual passou para o real; feitas as amizades, passamos a interagir. Haviam encontros semanais, depois mensais, rodízios de pizza, praia, tudo era motivo para uma reunião da galera. Isso em tempos que praticamente não havia celular (meados de 1995-1998), poucos o tinham e o serviço, alem de precário, era caro.

Foi uma das melhores épocas da minha vida. Nunca fiz tantos amigos como no BBS. Muitas das pessoas com quem mais converso vieram de lá, até hoje. E olha que alguns deles não moram mais no Brasil. Tenho pouquíssimos amigos de escola ou de faculdade com quem mantenho laços tão estreitos. Amigos que fiz por aí então, nem se fala. Conto nos dedos.

Em meados de 1996, me lembro como se fosse hoje, o BBS começou sua migração para serviço de provedor de internet e começaram a “sortear” os acessos por uma fila de espera. Sim, era mais disputado do que linha da Telemar! Tinha sorteio! E aos poucos o BBS foi ficando vazio.

Creio que o antro foi desconectado do mundo em meados de 1998 ou 1999. Chegaram a manter os arquivos disponíveis através de telnet (acessando pela internet), eu mesma utilizei até meados de 2000, mas perdeu a graça. Perdeu a função de unir as pessoas. E o povo sumiu no mundo.

Muita gente não caiu no esquecimento graças ao ICQ. Como internet era novidade, quem não tinha passado pelo BBS não sabia dessas “novidades”, então, com um nome e sobrenome, às vezes um apelido, você conseguia encontrar os velhos amigos. Internet era “elitizada”, então, não havia aquela profusão de contas, fakes e gente desocupada; logo, era fácil achar alguém, mesmo os que tinham vários homônimos. Aí veio o MSN e o mundo começou a girar rápido demais.

Muitos se reencontraram no Orkut, no Facebook, mas confesso não tem o charme e o barato do BBS, não mesmo. Sua única função é ser um bom ponto de encontro de velhos conhecidos, mas quando mais a tecnologia avança, mais o ser humano fica ávido por fofoca e pela vida alheia, gente inescrupulosa fica querendo saber da sua vida, podendo até lhe querer mal. O que era pra ser diversão vira exposição. Você pode estar em perigo. Você está sendo vigiado!

E aí chegamos ao o twitter.

Eu estava no Blip há algum tempo, apresentado por um amigo. Mero conhecido na época do BBS, tive o prazer de reencontrá-lo no Facebook e ele me apresentou ao vício. Um site, com arquivos de música que você pode puxar, organizar numa playlist e até baixar com certos programas. Conheci o sistema de “reply” através do qual, quando você escrevia após uma @ o “nick” de uma certa pessoa, aquela música e sua mensagem eram transmitidas às pessoas. Fiz várias amizades lá.

E dali um belo dia me apresentaram o Twitter... um Blip sem música! Um “microblog” para alguns, onde você começa comentando algo, ao léu e aqueles que te “seguem” comentam em retorno. A partir dali, já vi de tudo: desabafos, pedidos de opinião, pesquisas, cantadas, até mesmo ajuda, procura de profissionais e, porque não, piadas!

E começaram os encontros... e me vi de volta ao mundo do BBS, só que, agora, muito mais dinâmico. Mais prático que um Messenger e sem piscar o tempo todo na sua cara as informações chegam, você faz triagem, responde, acompanha. Muito mais light, sem neura, sem pressão.

Depois do twitter meus finais de semana solitários acabaram.

Estou naquela fase em que todos os meus amigos vão casar, estão casando, acabaram de casar ou estão grávidos ou com filhos pequenos. O tempo encurta, a grana aperta. E eu no auge da vida, solteiríssima, cheia de energia, folgada financeiramente mas sem tempo e sem ter onde gastar.

Cansei de passar finais de semana em casa, às vezes jogada na cama vendo TV, a maior parte do tempo na internet. Perdi vários finais de semana de sol, exceto aqueles em que minha dileta amiga podia me acompanhar, afinal, dois empregos, um deles no esquema de plantão, nem sempre é possível. Pois quando era ela sempre deu um jeito.

Uma bela manhã estou lá twittando sobre o sol e decidi ir à praia! E homem-mel veio me acompanhar. Uma segunda vez marquei com uma amiga e ele veio também, rimos até dizer chega.

Algumas praias depois já estava convocando amigos do twitter que nunca tinha visto e que chamavam outros amigos... sabe aquele domingo que você não tem NADA pra fazer? Sempre rola um almoço. Um cinema. Barzinho. Até encontro só de mulherzinha já teve e DEU CERTO (olha que eu sempre achei que muita mulher junta não dá certo). Daí, Karaokê, fala-se em Paintball, até companhia para viagem arrumei. Isso tudo em cerca de 6 meses.

Eu me sinto renovada!

Os amigos antigos não deixam de ser amigos mas o melhor meio de me contactar há 10 anos pelo menos é a internet. Email NUNCA falha. Tenho contato mais freqüente com os amigos que usam a internet com habitualidade do que os demais. Telefone não é mais meio de contato, é o verdadeiro meio de recados e mensagens rápidas.

É claro que eles não ficam largados: ligo nos finais de semana, escrevo (eles respondem às vezes semanas depois). Aniversários sempre aviso, vou nos deles, nos encontros que eventualmente rolam. É maravilhoso mas eu preciso de mais.

Às vezes, de fato, quero ficar só, mas em geral, eu sinto falta de companhia.

Durante anos deixei de fazer muita coisa por não ter companheiro para a atividade; de uns anos para cá surtei e comecei a fazer tudo sozinha: cinema, teatro, futebol no maracanã, até viajar sozinha.

Louca? Louca eu era quando ficava em casa! Mas isso não supera a falta de amigos mais presentes.

Eu não acho que a internet seja lugar de gente solitária. Ninguém quer ser só, isso é fato.

Só que cada pessoa tem o seu jeito de preencher esse vazio, esta necessidade de companhia e atenção. Alguns gostam de conhecer gente na balada, na praia, em atividades esportivas, eventos. Outros preferem conhecer gente no mundo virtual e, se amizade se estreita, traz ela no mundo real. Eu acho até melhor pois você conhece de antemão quem realmente tem a ver com você, tem os mesmos gostos e interesses.

Minha amiga que me perdoe, mas se twitter for coisa de gente solitária, TODO programa é coisa de gente solitária, a partir do momento que você sai para conhecer gente.

Esta mesma pessoa conheceu um grande amigo meu, que foi quem nos apresentou através do ICQ. Foi grande freqüentadora da “linha cruzada”. Foi a primeira pessoa que me apresnetou um site de relacionamenos (vulgo PP).

Um dos meus grandes amigos é estrangeiro, mora na Europa, conheci através da FIDONET, ainda na época do BBS, meados de 1996. Mantivemos contato permanente por email, depois skype e no dia em que nos conhecemos pessoalmente, em uma de minhas viagens, agíamos com tanta naturalidade que quem nos via realmente acreditava que éramos amigos de anos e tínhamos uma grande amizade. Mas não entendiam como foi possível criar tal laço sem que a amizade fosse presencial.

Tem gente que não gosta de blog e diz que é porque não gosta de se expor. Acha ridículo.

Ora, quem acha que escrever em blog gera exposição, não deveria ter um Orkut aberto, com quinhentas fotos que qualquer pessoa pode ver, com trocentos recados enviados abertos ao público, mostrando comunidades que dão dicas do seu estilo de vida, locais que freqüenta, gostos e etc. Nesse mesmo lugar escreve sobre si, fala sobre o que espera de relacionamentos, primeiro encontro ideal... Nem freqüenta sites de relacionamento.

Se blog é exposição... o Orkut é como uma prostituta de microssaia e sem calcinha, se olhar você enxerga o ÚTERO. Por isso que Mary não tem orkut.

Acham estranho ver as pessoas nas fotos dos encontros twittando com celulares na mão. Saber que os outros fazem isso durante eventos. Uma vez me recriminou por estar lendo os meus twits pelo celular e tirando fotos para postar. Mas na última ocasião, quando me viu morrer de rir, ficou cheia de curiosidade.

Quanto ao Nick eu acho interessante e importante. Escrevo o blog para mim, amigos, eventual fãs. Não vou deixar rastros da minha vida para desconhecidos. Tenho o direito de reservar meus pensamentos a quem eu quiser. Acho que o anonimato preserva meu direito de reclamar e me revoltar com quem quer que seja. Até por que, macaca velha que sou, nunca dou nomes aos bois.

Basta dizer que uma amiga recentemente foi processada por um médico só porque comentou em seu blog sobre o PÉSSIMO atendimento que lhe foi prestado. O que ela fez foi um serviço de utilidade pública, alertando os demais mortais.

Se todos corremos para contar o que é bom, porque não podemos falar sobre o que não é? E me ENOJA saber que o juiz ignorou o prejuízo por ela sofrido em decorrência do mau atendimento e do sofrimento causado. Pois para ele, só deveria se manifestar sobre a violação da honra do médico. Desde quando pessoas como esta tem que ter a honra defendida?

Mas ele que aguarde, pois a prova que ele produziu contra minha amiga certamente será usada contra ele, em outro processo, por negligência médica. Vai pagar em dobro pelo que fez a ela, assim espero.

Mas enfim, concluindo:

Sinceramente, eu não sou mais solitária do que ela ou ninguém, pois estou sempre querendo fazer amigos, buscando companhia.

Solitário é aquele que, se sentindo só, nada faz para mudar e aceita sua solidão.

Não importa o meio para sair da solidão. Importa a atitude.

E você o que acha? Comente! Deixe sua opinião aqui, pois depois imprimirei e levarei para a dita amiga, só para irritá-la.

Você, meu leitor tímido ou que me manda emails ao invés de postar publicamente, me diga o que acha, como se sente. Conte suas experiência, histórias.

Se você quiser me irritar também, pode usar o email marygarotatpm@gmail.com ou me acompanhar pelo twitter, onde atendo pelo nick @marytpm.

***

DISCLAIMER: Eu não faço faculdade de psicologia, não conheço quem faça e nem pretendo fazer. Este texto, comentários e posts não serão utilizados em pesquisas e o direito autoral é e deverá ser sempre preservado.

Na pior das hipóteses não se esqueçam que eu sou advogada. Mexeu com meu leitor é processo!

Atenciosamente,

Mary

PS: Apenas um Adendo: para mim, Twitter, Facebook, chats. Orkut, sites de relacionamento tem o mesmo objetivo: aproximar pessoas. Fiz a alteração de "Internet" para "Twitter" pois ela disse que estava mentindo e sendo desonesta, portanto, alterei.

Mas isso de forma alguma altera o sentido.

Tuesday, April 14, 2009

Campanha: Salvem o Português!


Odeio assistir a verdadeiros assassinatos à língua, em plena luz do dia, principalmente quando tais pessoas tiveram estudo.

Preguiça?

Falta de atenção?

Já deve ter ficado bem claro para todos vocês, meus prezados leitores que eu tenho muita preocupação com a língua pátria.

Não sou um Aurélio ambulante, mas tenho consciência que escrevo bem, raramente erro alguma grafia, muito embora cometa alguns erros de digitação, coisa de quem tecla com pressa. Sou neurótica com vírgulas, pontos, com que minhas frases façam sentido.


Para um advogado decente, é o *MÍNIMO* na minha humilíssima opinião e, em tempos modernos, saber usar um computador, a segunda ferramenta do advogado (após o cérebro) é fundamental.

Gente, fala sério: um erro de digitação a gente tolera, uma vírgula esquecida. Mas como ignorar uma pessoa que se declara “baicharel” em direito?

Perdoem-me se pareço intolerante, mas se “baicharéis” e pessoas que escrevem “univercidade” não têm o meu respeito, o que dirá um juiz!

Gente que desconhece ponto, vírgula.

E não gosta de ler. Não quer ler as Leis, nem livros; Não quer ler o sequer regimento interno de um tribunal! Não entende que MARGEM é necessária para que a página possa ser FURADA e colocada no processo sem perder parte do que está escrito.

Gente que desconhece PARÁGRAFO para separar as idéias.

Gente que usa petição padrão, xerocada e preenche dados à caneta e ainda rasura.

Gente que grampeia 20 documentos em uma página e fica puta quando o pobre funcionário pede para desmembrar, observando o limite, e tal. Não, não dá!!


Pois vi uma pessoa que assim se descreve recentemente, no twitter. É melhor que não seja meu amigo ou me sentiria compelida a zoar diariamente. E eu sou mala, do tipo que se auto-corrige na hora, se chama de anta e por isso, acabo agindo da mesma forma com meus amigos, doa a quem doer. Melhor ser zoando e corrigido por um amigo que por estranhos. Já imaginou ser chamado à atenção por um juiz?

Eu que me importo volta e meio erro e não me conformo. Morro de raiva!! Esqueço vírgula, coloco um ponto onde caberia um ponto e vírgula. Me torturo. Já cheguei a pedir para corrigir em plena audiência.

Eu me envergonho! E olha que meus textos e peças como advogada foram elogiados várias vezes, não só pelo conhecimento mas, principalmente, pela linguagem adequada, correta, concisa.
Sem contar que freqüentemente corrijo os textos que publico aqui, no blog após a efetiva publicação sempre que acho erros.

É por isso que hoje estou criando uma campanha, SALVEM O PORTUGUÊS!

Não aceitamos doação em moeda, cartão, vale-refeição. Contribua com bom senso e distribua o seu a quem dele necessita.

Obrigada!

Aurélio e eu agradecemos.

Monday, April 13, 2009

Mary Irrita: não sabe brincar não brinca!


Estava lendo os post do twitter hoje e vejo um colega dizer: aqui no TRT da 10ª Região você tem que dar graças a Deus de que TEM computadores. Não sei se ele estava se referindo aos cartórios da justiça, às salas da OAB ou ambas.

Como diria esse amigo, ter um computador é um milagre. Eu acho que devia ser OBRIGAÇÃO de todos os fóruns manterem uma sala com alguns computadores funcionais. E ambiente wi-fi aberto para os que têm notebook, evitando, assim, superlotação destas salinhas.

Mas infelizmente não é a realidade. E, quando há uma sala decente para os advogados, não há gente qualificada para tomar conta e manter os mesmos funcionando adequadamente. Gente pronta para dizer NÃO aos abuso por parte de advogados que insistem em usar a internet para ficar navegando quando colegas querem usar, assim como outros tipos de atitude que inutilizam as máquinas.

Mas enfim, voltando às salas de advogados e aos computadores. Não me conformava com o fato de que em 2006, na sala dos advogados da Justiça Federal de uma certa cidade, numa rua que tem nome de país, a dita sala continha DUAS MÁQUINAS DE DATILOGRAFIA mecânicas e UMA máquina elétrica, aquela da IBM, com globinho.

É tão humilhante que dá vontade de fazer petição à mão, mas como uma vez fui despachar e um juiz muito fresco se RECUSOU a me receber, dizendo que se tinha sala da dos advogados eu deveria usá-la e trazer a petição datilografada.

Quando desci na dita sala foi que tomei ciência da situação descrita dois parágrafos acima. Como se tal não bastasse, a sala estava cheia de advogados bem velhinhos, que estavam ali fazendo sua social, tomando cafezinho e conversando com o funcionário responsável pela sala.

Olhei para as máquinas e voltei no tempo.

Em minha casa sempre houve máquina de datilografar.

Meu pai, contador, pediu a seu patrão que o mandasse embora para que pudesse levantar o FGTS e dar entrada num apartamento próprio. Logo após a dispensa, começou a série de crises da década de 80 detonadas pelos arrochos salariais, gatilhos, congelamentos de preço e as empresas pararam de contratar, nem seu chefe conseguiu fazer algo a respeito. Então, sem opção, começou a trabalhar em casa com a sua velha máquina, um cliente aqui outro ali, eu tinha uns 6 ou 7 anos de idade e era fascinada pelo barulhinho, as teclas resistentes e a mágica de ver o texto aparecer numa folha de papel com letras perfeitas.

Era meu sonho de consumo.

TODO trabalho da escola eu fazia na máquina, a ponto de minha mãe ser chamada à escola para ser censurada por permitir que eu datilografasse meus trabalhos; que eu tinha que escrever para fixar a caligrafia pois era muito jovem. MORRI DE RAIVA.

Moral da história: para aplacar meus ânimos, ganhei de presente a possibilidade de fazer o curso de datilografia na escola ainda na 3ª séria. Três aulas semanais de 45 minutos o qual cursei e fiz provas até a quarta série, quando a escola parou de oferecer.

Continuei praticando em casa, pois sempre acreditei que saber datilografar, ainda que não fosse com os cinco dedos era importante e que um dia seria de grande valia. Eu mesma, confesso, sempre trapaceei com o dedinho mindinho e nunca prejudicou a qualidade nem a velocidade com que escrevo. Muito tempo depois vieram as máquinas elétricas e meu pai comprou umaIBM. Um pouco mais leve mas um avião!

Mas foi quando chegou a época dos computadores logo vi que meu destino seria escrever muito.

Não compreendo como datilografia não é matéria obrigatória nas escolas. Que ensino de informática é este que incentiva navegação através de cliques? Tinham que ensinar datilografia, incentivar os alunos a escrever mais. Imagine só, aulas de redação e apenas UM texto por mês? Quando eu fazia curso de inglês era uma redação POR AULA, ou seja, duas ou três por semana!

Em 1984 eu era uma criança e tinha esta consciência. Como podiam os adultos daquela época, em especial advogados NÃO SABER datilografar? Já que a máquina de datilografar existe há pelo menos 100 anos (meu pai tinha uma Olivetti e constava que a empresa italiana atuava no mercado desde 1908).

Se naquela época empurravam com a barriga, hoje então... empurra-se o conhecimento universitário; faz-se uma inclusão digital que dá acesso mas não ensina caminhos, sem contar que, hoje em dia, quase toda atividade intelectual está condicionada ao registro, ou seja, à escrita e, conseqüentemente, exige-se a datilografia.

Pois bem, lá estou eu entre os velhinhos. Peço as folhas, sento na máquina e chega um deles e gentilmente vem explicar como coloca a folha, já que “pessoas tão jovens como você nunca viram uma máquina de datilografar".

Sorrio e informo que fiz curso de datilografia aos 8 anos e que tenho certificado de conclusão para comprovar. Ele se afasta, olha desconfiado, ri e aponta para o colega e senta, cruzando as pernas e esperando por algo que o faça rir.

Coloco a folha, seleciono a marcação de margens (mecânica pra quem não sabia que existe), coloco a folha, estalo os dedos e começo a datilografar... barulhentamente. Os velhinhos arregalam os olhos não só por causa do barulho, mas também por causa da velocidade com que meus dedos afundam as teclas, voltam e afundam de novo. Sem erros. A cada barulhinho que o tambor faz no trilho, retornando ao início vejo eles rangendo os dentes.

Em um minutinho faço uma petição perfeita, usando o carboninho para cópia, uma página inteira. Sem erros. O tal velhinho resmunga: exibida!

Faço questão de virar e responder: exibida não, eu treinei para isso. Eu não cheguei aqui me oferecendo pra ajudar alguém como se fosse a rainha da cocada preta. Eu não fico exultando meus conhecimentos nem contando “causos” em que eu “salvei meu cliente”. Muito menos demonstrando como consegui decorar um código. Eu simplesmente faço meu trabalho e sigo.

O velhinho me olha e antes que ele diga alto completo: antes que o senhor diga que eu devo respeitar sua idade, digo eu, respeite a minha.

Eu fiz faculdade igual ao senhor, só que levei cinco anos para me formar ao invés de três ou quatro, como na sua época. Passei por uma prova da OAB pela qual o senhor não passou, entrei para um mercado de trabalho com 20 vezes mais advogados que na sua época. Na sua época, um advogado recém formado ganhava MUITO bem e podia ter família. Eu tenho 30 e ainda moro na casa dos meus pais.

Escritórios exploram não só estagiários como recém formados. Você se imagina, na sua época, ganhando 2 salários mínimos que nem uma amiga minha? Acredito que o senhor também não saiba inglês, espanhol, não tenha noções de informática, pois é o mínimo que exigem hoje em dia para pagarem salários pífios. Aliás, salário não, pro-labore, pois a coisa esa tão feia que ninguém contrata. Aposto que o senhor também não gasta dinheiro com cursos e livros pra se atualizar, pois ouvi o senhor citando artigos de um Código Civil que já caducou há TRÊS ANOS.

Então meu senhor, o senhor é que me deve respeito. Sou jovem, mas minha vida não é mole. Eu tenho muito mais conhecimento que o senhor tinha ao sair da faculdade e é por causa de pessoas como o senhor que tem muito advogado bom por aí ganhando menos que porteiro!

Eu não desrespeitei o senhor, fui educada e gentil quando cheguei. Se o senhor ficasse na sua e não tivesse feito gracinha, querendo se exibir, não teria estaria ouvindo nada disso.

Então, não venha querer tirar onda de me ensinar como usar uma máquina de datilografar igual à que existe na minha casa desde que nasci e que uso desde os 6 anos de idade como se eu fosse uma retardada que eu JURO que nunca vou explicar ao senhor como se lê um andamento processual para acabar com sua diversão de vir à justiça toda semana para aumentar a fila numa vara cheia de processos só pra saber se andou o seu processo, que você sabe que não andou. Perguntar não faz processo andar. Está bem para o senhor??

Ele ficou mudo, voltou ao lugar dele sem conseguir dizer nada e eu me fui.

Na semana seguinte, precisei voltar e lá estavam os mesmos advogados. Fazendo social. Não falaram nada, mas eu fiz. Sentei na IBM elétrica. A única coisa mais irritante e barulhenta que uma Olivetti. Minha especialidade.

Thursday, April 9, 2009

Querido Coelhinho da Páscoa: me desculpa!



Pois é pessoal é isso aí...

Quase deu merda.


Quase mando o coelhinho da páscoa em cana!

Saí do trabalho ontem revoltada com a audácia do encosto em me mandar chocolate porque sim, só podia ser ele! Quem mais além do homem que um dia virou pra mim revoltado porque jogara um presente anônimo fora e diz: saiba que se um dia aparecer um presente em sua casa sem bilhete, é meu! teria coragem de fazer uma coisas dessa? E mandar pro meu trabalho ainda por cima?

Então, fiz o que tinha me prometido desde o natal; se ele voltasse a atacar, ia denunciá-lo na delegacia lá fui eu. No meio do caminho, olho para a Nota Fiscal e a etiqueta da caixa. Como assim não tem o nome do remetente? Nem um bilhete??

Foi aí que baixou o Sherlock Holmes em mim e captei num cantinho da Nota Fiscal um CPF... o criminoso deixara rastro! Liguei imediatamente pra uma amiga, pedi que entrasse no site da receita e jogasse o CPF e... não era o encosto. Era um amigo!!

Aí comecei a juntar os fatos, lembrando que havia comentado no twitter que não ligava pra páscoa, que não ia ganhar nada mesmo... e o coitado se comoveu. Mas filho da mãe, já tava fazendo surpresa, custava avisar?

Cheguei em casa e mandei uma mensagem agradecendo mas dizendo que deveria ter avisado... que por causa disso não tinha comido e a caixa foi saqueada. Hoje ele me escreve todo preocupado, coitado, pedindo desculpas.

Desculpas peço eu.

Sabem o que é pior? Ele PEDIU pra colocar cartão na encomenda e a Americans.com não colocou!

Perdi o único chocolate de páscoa até então por causa deles! Que RAIVA! Nunca mais compro nesses filhos da mãe, um desrespeito com o cliente!

Perguntei a ele se quer processar a Americans.com pelo susto que causou em mim e pela frustração do objetivo do presentinho.

Enfim, coelhinho da páscoa, me perdoe.

Espero que entenda minha revolta de ontem.

Wednesday, April 8, 2009

Irritando Mary: Supresas!!

Eu ODEIO supresas.

Sei que serei cruxificada por isso mas dane-se, é meu direito. ODEIO surpresas. Na verdade acho que ODEIO ser pega de surpresa. Não estar preparada.

Se isso já me irrita, imagine alguém, que você não sabe quem é, resolve te fazer uma "surpresa". Pode ser pior? SIM PODE. Quando esta pessoa resolve fazer uma surpresa no seu trabalho.

Trabalho numa grande empresa onde azaração rola solta, pro bem e pro mal. Muitos casais felizes, mas também muita baixaria rola por aqui e eu, como sempre, prefiro ficar alheia. Trabalho é trabalho, não quero me envolver com ninguém daqui não. Já até passou pela minha cabeça, confesso, mas depois de quase 3 anos observando, minha postura atual é: não, obrigada.

Na minha gerência só há mulheres. Oito. Jovens, na casa dos 30-35 anos. Todas bonitas, bem apessoadas, inteligentes isso obviamente chama atenção e, por isso, frequentemente somos alvo de assédios aqui no trabalho. Presentinhos inocentes, bilhetes, flores e até mesmo situações desagradáveis, como a de uma colega, noiva e prestes a casar que está sendo perseguida vorzamente por um "ser" que habita nosso andar. E daqueles super sem noção, pois NUNCA uma mulher como ela daria mole para um cara como ele. Nem que fosse o último do mundo. Nem por caridade.

Eu mesma já fui objeto de assédio por parte de algums pessoas, mas com minha peculiar grosseria consigo despachá-los com desenvoltura. Tipo, pegar flores recebidas e deixá-las esmagadas com um bilhete escrito NO WAY na mesa de um deles foi bem eficaz. O aludido ser não olha mais nos meus olhos graças a Deus. Evita entrar no elevador quando estou dentro. Melhor assim para ambos.

Eu desconfio de quem se esconde e de supostos admiradores secretos. Não gosto de homem sensível, frouxo, tímido, seja lá qual for o adjetivo que vocês entendam mais adequado. Não gosto, não adianta. Quem se esconde ou se acha feio ou é comprometido e não tem vergonha na cara. Para ambos, só lamento.

Beleza não é fundamental, mas auto estima é. Se o cara se acha feio e não se cuida, lamento. Não sou linda mas me cuido e quero alguém com a mesma filosofia. Se é comprometido, quero mais que se exploda, Se se revelar, mando tudo pra casa dele para que a esposa/noiva/namorada analise e faça o que entender melhor.

Pois hoje cá estou num dia estranho.

O maníaco que habitualmente assedia minha colega de baia está calmo, mas o nosso gerente está lidando diretamente com o dele. Ela vai dar queixa na delegacia.

Uma outra colega minha recebeu hoje um telefonema da portaria dizendo que tinha uma encomenda no nome dela, mas como não tinha o sobrenome de casada, recusou, já que o marido disse que não foi ele.

Estou chegando do almoço e tem uma CAIXA na minha cadeira e minhas amigas em polvorosa. Mary você recebeu uma caixa! É um admirador?? Um gatinho? Até que enfim! (Vontade de enfiar a porrada na cara sorridente dela).

Sim estou vendo que tem uma caixa na minha mesa. Mas a pergunta correta é: QUEM RECEBEU ESTA MERDA???

Sem graça, o rapaz do protocolo do andar disse que tinha chegado e pôs na minha cadeira. E começam as gracinhas: aê Mary, admirador secreto! Admirador secreto o C-A-R-A-L-É-O. Não vou ficar com esta merda. E elas ficam revoltadas!

Não pedi nada e se a pessoa que mandou não se dignou a se identificar, não vou nem abrir.

Vejo que tem uma Nota Fiscal. É de loja de internet. Ligo para lá e... surpresa, eles não podem informar! Não tem cartão, nem nada. Querem abrir? Abram!

Uma caixa de chocolate. Nenhum bilhete.

Provavelmente algum gaiato que me ouviu dizer que não estava empolgada com a páscoa pois não ia ganhar nada mesmo. Meus pais não estão nem aí, não ligavam pra comprar nem quando eu era pequena. Não tenho família aqui no Rio, nem sobrinhos, nem namorado, ficante. Também não estou aceitando currículo.

Agora me expor no trabalho é demais. Não me orgulho nada com isso.

Entreguei a caixa a elas e disse, se quiserem comam, e elas avidamente atacaram. Não peguei nenhum. Ficaram surpresas.

O mundo é cheio de pessoas loucas. Uma vez, quando estava num vai e volta com uma pessoa cujo nome não vale sequer ser lembrado uma amiga me levou a uma cartomante e ela falou dele e me disse: cuidado com o que ele te oferecer de comer. Ele está fazendo de tudo pra te prender! Ele vai fazer algum encanto com comida e vai te dar algo de presente. NÃO ACEITE.

Como estava afastada e sem a mínima vontade de reatar, ignorei. Eis que no dia seguinte ele não me deixa uma caixa de bombons na portaria do meu prédio? Caríssimos provavelmente, mas não estava lacrada. Tudo pro lixo.

A pessoa que fez a graça ainda não se manifestou.

Se era admirador já era. Conquistou minha desadmiração.

Se for amigo vai apanhar. Custa mandar um bilhete?

Se for ex, vai parar na delegacia. Tô com a Nota Fiscal e a caixa guardadinhos. Ele que me aguarde.

Tuesday, April 7, 2009

Abril, meu mês de desgosto...


Vida inteira cresci ouvindo que o Brasil é o país onde mais se paga imposto, que trabalha-se meses para pagar a carga tributária que recai sobre o contribuinte, coisa que nunca senti na vida. Até agora.

Pois é, precisei comprar um carro pra descobrir que eu era feliz e não sabia.

Não, não sofri acidente nem atropelei ninguém, que fique claro! É que esta semana fui refazer a contabilidade de minha vida e descobri como um carro comprado na época errada muda sua rotina financeira.

Até janeiro deste ano, tudo OK, tudo na paz. Economizava parte do 13º salário e pagava a contribuição de minha categoria e o IPTU, see problemas. P da vida mas tem que pagar, fazer o quê.

Eu sou uma pessoa que sempre faz planos, planifica tudo, exceliza como costumo dizer, mas, na ânsia de comprar o carro, descobri que o fiz na pior época possível, já que quando se compra um carro, novo, você adiciona ao orçamento, invariavelmentem a fatídica prestação, o seguro (invariavelmente parcelado em 4 vezes) e... o IPVA.

Comprando um carro em março, as prestações, o seguro e o IPVA caem todos no mês seguinte. Agora soma comigo: abril é a época de pagar o Imposto de Renda e a época em que tiro minhas férias mais longas e, consequentemente, gasto mais.

Resumindo, estou assumindo meu alter-ego-gueixa, a partir de hoje podem me chamar MIFU e tô chutando o balde seriamente.

Só volto a ser gente depois de 11 de maio.

Atenciosamente,

Saturday, April 4, 2009

Cinema: Gran Torino!


Filmaço!

Tem gente que tem o (péssimo) hábito de criticar alguém pelos detalhes que lhe desagrada sem contudo considerar o todo.

Sem ele é um babaca por não ter sido contra o desarmamento, um babaca por acreditar no Bush e por ser Republicano. Mas é um PUTA ator e um PUTA diretor.

Subiu muito no meu conceito depois que assisti "Sobre meninos e lobos" (Mistic River) e "Menina de Ouro" (one million dollar babe) que me levaram às lágrimas. Desde então, se leva o nome dele estou dentro.

Apesar de ter sido o clássico rostinho bonito na sua época, tem talento e tem bom senso, escolhe os filmes que atua e escolhe a dedo quem atua em seus filmes, logo, satisfação garantida no meu humilde entender.

Mas vamos aos fatos. Se você não viu o filme, azar o seu. Não continue.

*****

Foi nesse filme que pela primeira vez tomei ciência de o quão velho esse homem é, tive que esfregar os olhos quando li no wikipedia que ele está prestas a completar 79 anos (sim, ele nasceu em 1930!): a voz engasgada, rouca a expressão cansada. Mas o que impressiona é a expressão dele o olhar marcante que em raro momentos demonstra um sentimento diferente.

Walt Kowalski, filho de imigrandes poloneses mora numa cidadezinha no meião dos EUA, daquelas de interior. Ali cresceu, se criou, criou seus filhos com quem nunca se deu bem e com quem não tm um bom relacionamento.

O filme começa com o velório de sua esposa Dorothy, a única pessoa que parecia realmente importar a ele. A cena inicial é marcante pelo olhar de raiva e pelas rosnadas que ele dá e eu defendo o mesmo. Num momento como este, vê as pessoas conversando durante a missa e seus netos fazendo grosserias e infantilidades, como se não tivessem o mínimo respeito pela avó ou pelo próprio.

Mais tarde, na casa deste, rola aquela comilança básica em velórios americanos. Aliás, se você sabe o porque desta tradição idiota, me explica.

Completamente não à vontade com o bando de pessoas em sua casa comento e se divertindo mais do que compartilhando sua tristeza, atura grosserias e comentários dispensáveis.

Menção honrosa para a neta irritante que dá vontade de espancar. Completamente à parte dos sentimentos do avô aborda o mesmo de forma egoísta para perguntar se poderia dar pra ela quando morresse sua poltrona para levar para o alojamento da faculdade. Depois sugere o mesmo a respeito do carro do avô. Um gran torino da FORD, onde ele trabalhou. Não sei como ele não espancou ela.

Enquanto rola o velório na casa bem cuidada desta, na casa do lado acontece uma festa mais animada: uma família de imigrantes (chineses) da etnia hmong está se mudando e a vizinhança comparece para recepcioná-los. Neste momento ele resmunga por ver sua vizinhança invadida por imigrantes. Ha mas ele mesmo é imigrante, nesta cidade só há imigrantes.

O bairro, lotado de gangues de imigrantes que vivem se enfrentando.

Uma delas, também de hmongs, tenta arrastar para seu lado Thao, um tímido adolescente, super na dele e de forma desastrada, ele tenta fazer sua iniciação roubando o Gran Torino de Walt, o que obviamente não dá certo e ele quase toma um tiro na cara.

No dia seguinte a gangue vem tirar satisfação em plena luz do dia e cai na asneira de entrar no jardim do homem... pra que... São expulsos com cano de espingarda na cara e o menino salvo. E ele passa a ser idolatrado pela vizinhança à sua revelia.

A família de Thao faz com que ele confesse a besteira que fez e o obriga a trabalhar para ele em gratidão por ter salvo sua vida e a partir daí, Walt começa a se envolver com Thao, sua família e os vizinhos e a desenvolver laços que não possui com sua própria família.

Que aliás, puta que os pariu, só querem saber da vida deles.

Vão visitar o pai em seu aniversário, levam um bolo idiota, um telefone com teclas GIGANTES como se ele fosse cego e uma pinça gigante. isso pra um homem superativo e do tipo faz tudo.

Nota-se que não conhecem ele mesmo.

Quando abrem um prospecto sugerindo que ele se mude pra um asilo pra não ter mais trabalho ( e deixar que eles se livrem da casa ) são expulsos dali... mereciam a espingarda no meio da fuça isso sim!! Isso eu chamo falta de porrada na infância.

Ah e tem o padreco, que era amigo de sua esposa e tenta convencê-lo a se confessar porque era o desejo desta. Ese garoto é um capítulo à parte.

"O que um virgem de 27 anos pode me ensinar sobre a vida"??

O desenrolar do filme, bem, recomendo que assistam, já falei demais. Final diferente e que foge do lugar comum.

Clint Eastwood parece fazer sempre o papel dele mesmo. Sério. Seco. Curto e grosso. Humor cínico e debochado, reservado ao extremo, mas sensível e dedicado aos que ele tem consideração.

Por isso declaro que a partir de hoje, aquele que quiser se candidatar ao posto de homem da minha vida deve seguir o padrão Clint Eastwood. Mas desarmado. E sem cigarro. Cervejas são toleráveis, mas tem que saber beber.

Interessados podem escrever para marygarotatpm@gmail.com. Favor respeitar o limite mínimo de altura de 1,75 para eu poder continuar usando salto alto.

Wednesday, April 1, 2009

Como se sacanear no 1º de abril.


Faça o que eu digo, não faça o que eu faço.

Acordo atrasada, pra variar e vou voando pro banho e depois me arrumar. Antes de entrar no banho me olho no espelho e vejo meus cabelos NOJENTOS. Cabelo oleoso é a pior coisa do mundo! E o meu tem que lavar TODO SANTO dia.

Só que se lavar o cabelo vou ter que secar e me atraso pro trabalho. Ou não seco e desfilo como a medusa. Ou, ainda, deixo como está e todo mundo vai saber que não lavei cabelo. Dilema?


Ponho as mãos na pia tentando decidir e vejo pela porta aberta do armário embaixo da pia meus milhares de produtos e lembro de uma amiga que uma vez disse que, para cabelo oleoso, bom era passar talco, tirava o excesso de oleosidae e o brilho. Será?

Porque não? Sim, resovi tentar.

Pus um pouquinho na mão e espalhei. Não mudou muita coisa mas o cabelo não ficou branco.
Então continuei e pus mais. Sim, pus mais, fui colocando e o cabelo vai absorvendo, mas não parecia melhorar e continuava com aspecto oleoso.

Ai acontece o inevitável... alérgica que sou, vem um daqueles espirros histriônicos e escandalosos de sacudir o corpo inteiro e quando isso acontece uma nuvem de talco SOBE no banheiro e fico perdida na neblina.

É meninas, testei e não gostei. Não recomendo.

Mary

PS: No instante seguinte em que fiz esta merda me lembrei do episódio do babaca que pôs talco no secador de cabelo de uma menina. Presságio não ouvido dá nisso.