Friday, May 22, 2009

Agora é oficial!

Sim, eu tenho um Cafa2.

Depois que o dito cujo me pediu desculpas por email, me contactou e conversamos um pouco. Tentei ser gentil (!!) ao deixar claro que não queria tocar mais no assunto e que com o tempo as coisas se ajeitavam. E que não quero mais nada pois sei que ele não quer o mesmo que eu.

Ele está sabendo que eu vou viajar com amigos, que estou enrolada e que tenho mil coisas a fazer hoje, além de ter que dormir cedo pois eu vou dirigir.

Eis que chega o torpedo, inocente que só: Vamos sair hoje? Estou com saudades.

Mas eu não. Nem um pouquinho.

Não dá, eu respondo.

Bastou o Cafa1 na minha vida. Esse erro não repito mais, só espero que esse não seja surtado como o outro e vá ficar um ano inteiro atrás de mim.

Perdeu mané.

Cafajeste: você ainda vai aturar um!


É praticamente líquido e certo que toda mulher vai passar por pelo menos UM cafajeste em sua vida, nem que seja o homem de sua vida.

Eu fui feliz e ilesa durante anos, até que, depois do meu último namoro descobri que vivia num conto de fadas, era feliz e não sabia, pois TODOS os caras que passaram pela minha vida foram pessoas sérias e todos foram meus namorados. Algo insólito e incrível para ter acontecido em uma única vida, ao longo de 30 anos.

De lá para cá, me senti uma estranha no mundo, como as pessoas mudaram! As pessoas preferem ficar sós, estão egoístas, não querem companhia. Antes os homens eram carentes. Hoje estão no cio. Medo, muito medo! Ou então são inseguros: tomaram um pé na bunda e não sabem conviver com isso (Você pode fazer o mesmo comigo!).

Ou então se sentem diminuídos porque você, mulher, correu atrás, ficou independente, passou a rachar a conta como eles sempre sonharam e de repente eles descobriram que isso não era tão bom, que preferiam quando eles podiam bancá-la e com isso se sentiam "seguros" dentro da sua masculinidade, pois você dependia dele.

Fiquei só um bom tempo e, depois de razoável isolamento, tentei partir para outra mais foi flórida. Gente que não sabe o que quer (tô fora), gente insegura (tô fora), gente que não quer nada sério só curtir (tô fora), gente que só quer umazinha (TÔ FORA!!).

Até que aparece o primeiro cafajeste na sua vida (o qual chamarei de Cafa1). Do nada. Simpático, vem ganhando espaço na sua vida. Observa cada movimento seu, sabe o que você gosta, sabe o que falar, o que conversar, como te agradar. É um sofista. É super gentil e educado e faz de tudo pra você se sentir á vontade do lado dele. E faz você acreditar que é uma pessoa séria, procurando companhia simplesmente. E SABE como agradar uma mulher. Aí você cai de amores. Com o tempo começa a perceber que ele não está a fim de você como você dele e começa a acreditar que ele só quis te conquistar por um único motivo.

Aí aparecem as suas duas opções: ou você aceita e continua, vai curtindo e sonhando que um dia ele vai cair de amores e querer assumir você. Ou você simplesmente vira as costas e cai fora. Ou pode simplesmente mandá-lo à merda por ter sido ridículo e ter feito você ter perdido seu tempo e lhe proporcionado um desgaste emocional.

O problema é que quando você leva algumas semanas para descobrir que ele não presta, pode ser fatal. Você fica frágil. Sensível, chora. Aí cai na asneira de desabafar com suas amigas e elas lhe dizem: - Ai amiga mas você pode estar exagerando! Você nem deu a oportunidade dele se defender! Não tava bom, aproveita! Conquista ele!

Você pensa que isso é ridículo e não dá meia volta. Não vai correr atrás do palhaço. O problema é que ele corre atrás de você, fica à sua espreita, observa e quando te vê sensível e baixando a guarda ele ataca. E você cai. De novo. Afinal, ele vem todo carinhoso, "morreu de saudades e sentiu muito a sua falta". No fundo você sabe do que é que ele estava sentindo falta. Mas você estava frágio, carente, e estava gostando dele. E acaba cedendo e caindo. Sabe que está se enganando mas no fundo sonha que suas amigas podem estar certas.

Mas não estão.

Mais algumas semanas e você volta à triste realidade. Ele te vê quando quer e na hora que ele quer. E ainda exige que você estaja disponível. Fica puto se você tem outros compromissos. Se intromete na sua vida mas você não tem nenhum poder de barganha com ele. Você começa a sofrer e volta aquele dilema: insisto ou caio fora? Ou mando à merda com estilo? Terceira opção please.

Mas ele não desiste. Numa boa: o que se passa na mente doentia de Cafa1? O cara sabe agradar e conquistar e mulher que quiser. Pode enganar uma por semana. Por que a fixação em você? E ele continua...

Você cai mais uma vez, mas desta vez está consciente. Não sabe sinceramente o que está fazendo ali nem por que isso aconteceu, mas já não sucumbe às vontades dele. "Vou fazer ele pedir pra sair". Não pode sair hoje? Azar o seu. Hoje quem não pode sou, se não gostou come menos. Cafa1 fica nervosinho, fica putinho! Não gosta de ser contrariado!

Mas ele não sai do seu pé. A essa altura o sentimento já passou e você, mulher independente que não quer pegar sem se apegar, já abstraiu a atração que sente pelo dito cujo pois sem sentimento (nem que seja unilateralmente seu), não vai ser a mesma coisa então a coisa fica mais fácil para você, pois não vai mais cair na lábia dele. Já está curada e pronta pra abrir seu coração de novo. Mas o Cafa1 não sai do seu pé.

Ele começa a mandar emails e você faz regras para bloquear e deletar todas as mensagens. Bloqueia todos os canais de comunicação possíveis mas não troca os números de telefone, afinal, se ele insistir, você pode ir pra delegacia de mulheres e ter um telefone de onde possa pedir quebra de sigilo sempre pode ser útil. Como existe bina, você não atende as ligações e vive feliz!

Aí ele começa a mandar presentes. Cafa1 é ousado. Manda até presente de dias dos namorados. Tudo pro lixo com uma mensagem sarcástica: "Alguma mendiga baranga e pelancuda vai A-M-A-R seus presentes. Não ouse JAMAIS deixar nada na portaria do meu prédio". E avisa aos porteiros para não receber nada que não seja entregue pelos correios. Nem flores, nem pacotes, nada. No máximo documentos se eu avisar previamente que alguém passará lá.

Cafa1 definitavamente sai de seu coração mas não sa dua vida. Ele te persegue. Vira uma praga, uma maldição. Manda recados em seu celular e você ignora. É só deletar. Uma hora ele cansa.

Mas ele não cansa. Semana sim, semana não. 15 em 15 dias ele manda uma mensagem:

"Te vi passando na rua hoje. Você estava linda."

"Ainda sente raiva de mim?"

"Não consigo te esquecer. Sinto tanto a sua falta!"

Você sente uma vontade louca de dizer: "a recíproca não é verdadeira" mas você se controla. Ele está mendingando atenção e qualquer migalha vai acender o "animus cafajestis" que habita seu coração e ele vai intensificar os ataques.

Como costuma dizer Sally. Homem sente cheiro de homem e GOSTA.

Quando começa a aparecer alguém legal na sua vida e você está começando a se animar aparece um torpedo daquele infeliz. Você fica puta, com raiva, manda ele à merda e deleta.

E começa uma sequência dedesventuras em série na sua vida. Os caras legais se mostram babacas, infantis, inseguros e uma série de outros desadjetivos e você logo de desencanta. Se decepciona e se magoa.

O curioso é que SEMPRE que aparece alguém novo você recebe uma mensagem de Cafa1. Ele sente o cheiro, ele sabe. Mas como?? E invariavelmente depois que você recebe a mensagem sua vida amorosa desanda e o ilustre candidato comete alguma gafe ou pede pra sair.

Lembram aquele filme japonês ou chinês em que as pessoas recebem uma ligação no celular e o mesmo começa a tocar uma musiquinha estranha, igual de caixinha de música? Aí a pessoa atende o telefone e tem uma morte bizarra? Pois é. Qualquer semelhança é mera coincidência.

O torpedo sempre chega quando você conhece um cara legal e vai sair com ele e tudo desanda.

É a maldição.

Mas a vida segue, você é brasileira e não desiste NUNCA.

Mas chega uma hora que pensa, PQP, esse FDP não cansa?

Quase um ano depois Cafa1 não desiste. Nunca fica mais de um mês sem mandar uma gracinha.

Tem um carinha aí, chamando sua atenção há algumas semanas. Está sempre lá, procurando notícias suas. Te escreve, bate altos papos, você sempre na sua. Aí ele te chama para sair e você vai. Sai uma vez, duas. Não rola nada efetivamente, mas rola muito papo e você gosta: o cara não te ataca, quer ouvir você, quer falar dele, quer te conhecer. E você gosta de tudo que está ouvindo. Não segura nem a sua mão, mas fala olhando nos olhos, sorri. Parece ser um cara legal, bem resolvido, maduro e busca o mesmo que você: encontrar alguém legal!

Ele marca mais um encontro e nesse você já vai relaxada. Não vai ficar na defensiva, quer mais é deixar acontecer mesmo. Está gostando da companhia e já sonha: seria bom se desse certo!

Você está lá, na frente do espelho se arrumando pra sair. O rapaz já ligou N vezes ou mandou vários torpedos ao longo do dia para combinar aonde vão, o que vão fazer, que horas vocês saem, que horas ele te pega em casa. Chega mais um torpedo quase na hora de sair. Putz já chegou? Será que estou atrasada? Mas não, não é ele.

É Cafa1: "Oi! Tudo bem com você? Quanto tempo! Você ainda tem raiva de mim? Ainda sinto muita falta tua."

PQP ao triplo, C-A-R-A-L-É-O-S multiplos! Que raiva! O sangue ferve loucamente!!!

Quase UM ano desde a última vez que você viu o infeliz e ele ouviu a sua voz ou teve notícias suas. QUASE UM ANO e ele continua insistindo e liga justo num dia em que você está super feliz.

Vai desandar tudo é a primeira coisa que passa na minha cabeça mas não posso chorar ou vou borrar o rímel.

Respiro bem fundo e penso bem e tomo uma decisão bem séria. Respondo o torpedo:

"Estava tudo bem até receber sua mensagem, agora estou péssima. Você é retardado? Pode por gentileza IR PARA A PUTA QUE PARIU? ME ESQUECE PORRA! Não me escreva NUNCA mais ou eu vou para a delegacia reclamar de você."

SEND. Mensagem entregue.

Fico desolada, vai dar tudo errado, penso. Mas não posso desistir, não vou dar alegria ao Cafa1.

Acabo de me ajeitar e desço para encontrar o ilustre candidato e espero 10 minutos. Começa a ficar mal, ele não atrasou das outras vezes.

Entro no carro e noto um sorriso bem diferente na cara dele. Bem diferente das outras vezes. Me cumprimenta dando um tapinha na minha coxa. Como assim???

O papo não é tão agradável como antes. Solta uns palavrões, está bem mais à vontade do que eu gostaria. Começo a ficar um pouco decepcionada mas vamos embora, é só um jantar e um cinema.

A mulher relaxada descrita alguns parágrafos acima some e em seu lugar retorna a mulher tensa e com medo. Numa bobeada durante o filme o rapaz ataca... e você cai. Não é ruim, mas por algum motivo você não se sente à vontade. Reza para acabar logo, quer ir para casa descansar e esquecer, pode ser apenas nervoso por causa da aparição fantasmagórica de Cafa1.

Mas o rapaz gosta e pede para dar um volta, para conversar mais. Conversar é bom, talvez assim fique mais relaxada. Mas isso não acontece.

O rapaz até então gentil, doce e educado não é um cara carente ou um cara que está procurando alguém legal. É apenas mais um homem no cio e você é o objeto de desejo da vez.

Já calejada, na primeira pegada mais maliciosa você corta logo, diz que não é bem assim, que as coisas precisam ir com mais calma.

- Como assim, não tá gostando? Pra que se colocar freios?

- Eu não estou gostando, não é assim que a banda toca comigo.

- Pombas o que você quer afinal de contas?

- Eu queria conhecer alguém que eu acreditava que, como eu estava procurando alguém. Com calma obviamente. Um dia de cada vez.

- Ah isso não tem nada a ver. O que você estava esperando de mim? Eu nunca disse que era romântico. Estou mais para cafajeste...

- Cafajeste?!!!

- Calma, eu disse que estou mais para, o que não significa o que eu seja. Você sabe o que é um cafajeste? Não é algo de todo ruim.

- Ah é? Então me defina o que é um cafajeste.

- Ah isso não é assim, diz ele.

- Olha se você não tem uma definição, eu tenho uma: cafajeste é uma qualidade incompatível com o homem que tenha a intenção de fazer parte da minha vida.

- Você não sabe o que está dizendo...

- Como não? O que você quer? Você não procura alguém? Não se sente sozinho, não sente falta de uma companhia?

- Eu? Nem um pouco. Estou muito bem sozinho, diz ele. Já sofrim muito por um ano quando me separei (e o que eu tenho a ver com isso, penso).

O sangue ferve dentro de você...

- Como assim? Então pra que toda essa palhaçada? Pra que esse circo? Semanas me cantando pra sair sabendo que eu não sou de sair com qualquer um, que não procuro gente pra me divertir simplesmente, que eu gosto de poder me envolver? Por que eu se eu não sou o tipo de mulher que você quer?

- Nada a ver. Achei você bonita e pronto. Eu quis.

Além de tudo egoísta... isso dói, dói muito. Nunca odiei TANTO que me achassem bonita. Para mim já é sinônimo de más intenções.

A sorte dele foi que as lágrimas começaram a descer antes que eu conseguisse fechar todos os dedos das mãos. Saí do carro dele na hora, virei as costas e não olhei para trás. Cheguei em casa, desliguei os telefones, deletei todos os contatos que tinha dele e fui dormir. Tensa, nervosa, magoada.

E com dor... minutos depois a TPM deu sinal de vida. Esse cara não sabe a sorte que ele deu. Por pouco ele não teve o sue nariz deslocado para outra parte da cabeça.

Chorei muito no dia e no dia seguinte mas me recuperei. Não sei o que a Itália fez comigo, pois não consegui me revoltar com ninguém.

Um amigo, preocupado com meu estado veio conversar comigo e acabei contando tudo para ele e desabafando. Ele me consolou mas disse que eu não posso levar as coisas assim, tão a sério pois isso vai me fazer mal e que eu preciso confiar mais nos outros. E eu não mandei ele à merda, impressionante!

Me limitei a dizer que meus problemas eu vou resolver como sempre resolvi. Sozinha. É assim que curo minhas feridas. Terapia é pra quem não tem força de vontade. Eu tenho. Já superei coisas piores.

Vida que se segue.

Dia seguinte, de noite, uma amiga que pôs pilha para que eu saísse com o carinha me liga pra saber como foi, toda empolgada e jogo-lhe um balde de água fria e descrevo em detalhes o papelão que o amiguinho dela fez e ela fica chocada. E ele não pediu desculpas? Não, eu respondo. Nem um torpedo. nem uma ligação, nada. Eu é que não vou ligar.

Nessa hora penso no Cafa1. TUDO culpa dele. Só pode. Aí penso na vingança perfeita. Na véspera do aniversário dele.

Ele trabalha de noite, logo não costuma acessar internet tarde. Como tenho conta gmail, posso entrar no orkut. O dele está aberto, é possível deixar mensagens. Perto da meia noite deixo um recadinho:

"Olá. Apenas para o caso de você não ter entendido bem a minha mensagem, quero esclarecer que eu não quer nada de você, nem amizade, nem uma palavra nem ouvir a sua voz NUNCA mais. SOME da minha vida seu infeliz e vai viver a sua. Não quero ter notícias suas NUNCA mais. Não entre em contato mais comigo. Você só trouxe infelicidade pra minha vida e o que eu mais queria era esquecer que um dia conheci você. Ou vou tomar providências."

No dia do aniversário dele ele diz que fica "deprê", logo, não vai acessar o orkut. Mas todos os inocentes amigos dele que vão deixar recados certamente lerão. Até as 18:00 do dia seguinte o recado ainda estava lá. No dia seguinte já não estava. Ele leu o recado.

Nesse mesmo dia o "rapaz" me manda um email enorme, cheio de dedos, pedindo desculpas. Desculpas por não ter me levado a sério, sinceramente não acreditava que mulheres ainda agissem como eu, afinal, dar uns beijinhos ou ter algo casual não é nada de mais mas que me respeitava muito (aham), que nunca teria me forçado a nada (aham) e que agora me entendia (agora? aham). Pede desculpas e, se possível, que não o apague da minha vida. Que se eu quisesse um dia a gente podia tentar de novo, com mais calma e tal.

Respondo curta e grossa que aceito o pedido de desculpas, ainda que tardio, afinal, sou diferente mesmo. Mas quanto á parte final, melhor esquecer. Passando a mágoa, amizade é possível.

A vida segue, começo a me sentir melhor. Dias se passaram e Cafa1 não deu mais sinal de vida. Finalmente deve ter entendido o meu recado. Será?

Eis que recebo um torpedo e o sangue ferve. Será possível que esse babaca não se manca e terei que ir na delegacia mesmo? Não não é ele. O número de telefone é outro. É o cara.

"Oi menina! Tá podendo falar aí do trabalho? Me dá o tel daí, queria te ligar. Vontade de te dar uns beijos".

Penso em não responder mas mais tarde respondo: "Oi, não tinha visto sua mensagem. Estive em reunião o dia inteiro, estou bem enrolada."

Sem beijos.

Nessa mensagem reconheci o padrão comportamental de Cafa1 e desta vez não darei trela, pois vejo que um Cafa2 está prestes a nascer.

Pra mim chega. Um bastou.

Cafajeste nunca mais.

Wednesday, May 13, 2009

Murphy: tava demorando...


Pois é pessoal, acabou-se o que era doce e Mary está de volta ao batente.

E já estressada novamente, pois São Murphy acordou pra vida, viu que eu estava de férias e disse assim mesmo: ih, como assim? E acabou minha felicidade e serenidade... ao menos foi no último dia!

Na véspera da viagem voltei para Roma, para passar minha última noite perto da estação de trem que me levaria ao aeroporto. Na volta de meu último jantar, achei melhor passar na estação e comprar logo meu bilhete para o dia seguinte.

Meu vôo saía 09:35, o ideal seria chegar 07:35, já que meu check-in fechava as 08:45. Os trens demorava, cerca de meia hora e tinha duas opções: 06:52 ou dormir um pouquinho mais e pegar o de 07:22. Pelo sim pelo não, resolvi pegar o primeiro.

Como a estação ficava a EXATOS 5 minutos a pé, decidi que sairia 06:30, 22 minutos seriam maiss que suficientes para chegar lá, validar meu bilhete e me acomodar confortavelmente. E, ainda, comprar um sanduba e um nescafé nas maquininhas próximas à plataforma. E foi aí que Murphy resolveu acordar.

Tudo aconteceu conforme eu havia me programado: acordei, tomei banho, desci com a mala, mandei meus últimos emails. Despedi-me do staff do hostel, ainda sorridente e fui para a rua 06:30 em pontinho. Atravesse a calçada para pegar o outro lado, mais plano. A mala agarra e na hora que puxo... a roda termina de quebrar e ela passa bem em cima do meu pé. PQP que DOR!!!

Não sei se contei mas torci os dois pés em diversas situações. mas como nada abalaria meu humor, tava com Biofenac na bolsa e fui feliz. Mas agora meu tornozelo doía horrendamente. Algo duro da mala bateu bem naquele osso e ainda na canela e as lágrimas desceram.

Pela primeira vez em três semanas falei palavrões em altos brados no meio da rua, cagando e andando pelo fato de ser 06:30 da manhã e de as pessoas estarem dormindo. Até porque, estamos na Itália e aqui TODOS falam berrando. Você nunca sabe se duas pessoas estão realmente brigando ou conversando animadamente.

Me recompus, pus a filha da mãe na calçada e resolvi empurrá-la curvada, para usar os rodinhas menores ao invés das principais. Andava mas muito devagar.

Já estava suando frio e esgotada, pois os pés doem, tenho uma pesada mochila nas costas, uma bolsinha a tiracolo e uma sacola enorme com as massas, temperos, chocolates e demais coisas que comprei pra levar pra casa. Mais um tranco e a mala bate de novo em mim. Vou à lua e volto!

Devido puxá-la de costas para evitar mais choques nos meus pés. Um deles ainda lateja. tudo iria bem, até o momento em que acerto uma lata de lixo em cheio pois quando olhei, não vi. Pronto, agora as costas também doem!

Então contiuei arrastando, ora de frente, ora de lado, ora de costas, e muitas, muitas trombadas da maldita mala na minha canela ou no meu tornozelo.

Chego na estação de trem às 06:48, ou seja: levei 18 minutos pra fazer um percurso que normalmente faria em cinco minutos a pé e começo a voar, já que lá o chão é liso e a plataforma, hahaha, é a ÚLTIMA (são 25 ao todo) e fica do outro lado da estação. LINDO!

Fico imaginando o que seria de mim se tivesse que pegar as filas monstruosa para comprar o ticket a esta hora, nas maquininhas. Corro loucamente, atropelo minhas pernas mais uma vez e quando o trem está quase partindo desabo na frente dele!

O funcionário se aproxima pra me acudir, me ajuda a me levantar, a colocar minha mala dentro do trem e ele parte. Consegui!! Agora começo, calmamente, a procurar um lugar para sentar e infelizmente descubro que não estou no vagão com cadeiras duplas, mas naquele que tem cabines. Nem pensei, enfiei a mala no chão, entre duas cadeiras e pus as pernas em cima.

Tenho feridas em ambas, meus tornozelos estão inchados; ambas as canelas sangram e estão IMUNDAS de poeira, assim como minha sapatilha. Nunca me senti tão imunda na minha vida inteira. E faminta.

Mas agora tudo é festa! Em alguns minutos estarei no aeroporto, vou despachar todo esse peso, tomar um belo café da manhã e, em algumas horas, passarei um agradável dia ensolarado em Paris! Ou não?

Alguns minutos depois o trem para no que parece ser uma estação "Roma - Ostiense" mas ela parece vazia. Diferentemente das demais não há maquininhas de lanche e mendigos dormindo nas pistas. depois de alguns minutos parados vejo pessoas andando de um lado para o outro, gente pedindo por informações em todas as línguas possíveis, várias reclamações.

Aparece o funcionário da companhia avisando que o trem não vai sair dali mas não explica nada! Quebrou? Morreu? Faltou energia? Tem que ser muito doido pra dar uma notícia destas a uma turba que estava dentro de um trem cujo único destino é o aeroporto internacional ou seja, TODO MUNDO com hora marcada pra chegar.

Todos descem, andam de um lado pro outro, todos muito irritados, inclusive eu. E o diacho do funcionário nem pra dar uma informação direito. Quem sabe italiano e inglês tenta passar informações para acalmar os demais, até que ele explica que o trem seguinte, das 06:52 passaria ali em breve e tomaríamos o mesmo. Beleza, pegar um trem lotado e viajar em pé com uma mala pesada e mochila. Mas vamos relevar, já já isso acaba.

O trem das 06:52 saiu com atraso, também teve problemas e saiu era quase 07:30. Fica parado um bom tempo para embarque e acomodação de todos os passageitos, de sorte que chego na estação final 08:30 e tenho que sair VOANDO para o aeroporto e encontrar meu vôo.

Só que não há ninguém para ajudar: nenhum funcionário do aeroporto, nenhuma placa, nada. Começo a chorar diante de várias TVs com informações que não me dizem nada, até que um faxineiro chega e interpretando meu bilhete, me dá uma direção e saio correndo. 08:35, tenho 10 minutos.

Chego no terminal correto, vejo meu vôo. Mas cadê a porcaria do balcão da Air France? Só tem terminal da Alitália? Será que errei? PQP!!!! Entro em desespero mesmo! Corro de um lado pro outro e nada, até que um guarda, me vendo surtada, me para e tenta me acalmar enquanto explico que procuro o balcão da Air France.

Descubro que meu vôo é Code-share, que vou para Paris de Alitália e lá pego o avião da Air France para o Brasil e que posso fazer o check in qualquer balcão. PQP custava por isso na merda do bilhete? Ali constam dois vôos da Air France!

Chego no local e filas, mais filas. 6 minutos para terminar meu cehck in, pego a primeira pessoa pelo braço, mostro o bilhete e peço: me coloc apra dentro já!! Agora! Prego diz a moça, passo na frente de todos e faço o check-in no limite. E a moça do balcão ainda quer que eu leve a mochila dentro do avião.

Aviso logo: queridinha, tenho conexão de DOZE horas em paris, DOZE sabe o que é isso? Essa mochila pesa DEZ quilos e eut enho direito a DUAS bagagens de 32kg e eu vou despachar essa merda e ai de vocês se minha mochila estraviar ou se danificar!!! Em bom e alto Italiano recém aprendido.

Assustada ela vai lá dentro e volta com um saco plástico "Alitalia", me mostra sorridente e embrulha a mochila. Menina esperta! Entendeu o recadinho!

Pego meus bilhetes e vôo para a sala de embarque, no limite. Coloco os pés para dentro e imediatamente meu vôo é anunciado, corro para a fila de embarque com passaporte e cartão na mão. A atendente da Alitália me olha de cima a baixo mas eu tento manter a pose. Estou coberta de poeira e minhas mãos imundas e com sangue, afinal, não tive tempo pra nada. Não comi ainda.

Embarco e fico mais aliviada. Deixo as sacolas na minha poltrona e vou correndo pro banheiro me lavar. Sinto um certo alívio finalmente.

Chegando am Paris, tudo é festa. Pego um bilhete especial que vale um dia inteiro de transporte nos metrôes e em certos trens e me mando para Versailles. Ao por os pés na gare descubro que o dia não está ensolarada, mas cinzento, o que não combina em nada com a blusa estampada, colar de contas e calça capri mas OK. Ao menos não está tão frio. Talvez fique um pouco ridículo com a jaqueta de couro mas foda-se, tá na chuva...

As coisas parecem voltar a dar certo, quando desço na estação certa e logo em seguida chega o trem para Versailles. Desço na estação certa e constato que são 5 minutinhos a pé! São quase 13:00 e já estou faminta, por isso, nem discuto quando passo na frente do Mac Donalds, entro e mando pra dentro um mega sanduba em pão ciabatta com uma carne linda, dois tipos de queijo e recheado de mostrada à la ancienne... picante de lágrimas rolarem, muito bom!

Tudo isso com Coca Zero e batatinha nada light.

E vou para o Museu. Compro o bilhete mais em conta, já que não vou ter tempo nem saco de visitar os outros castelos. Só não avisam que pra ver os jardins tem que ter esse aí e eu me ferro... os jardins só podem ser visitados de graça após as 17:30.

Versailles não é tão grande, termino de visitar tudo e nem são 16:00. O tempo está fechando, começandoa cair uns pingos... eu é que não vou ficar esperando uma hora e meia. Dou só uma passadinha perto, tiro umas fotos e vou para Paris. Desço na estação pertinho da torre e lá está ela... impossível não se encantar e tirar um milhão de fotos! Não importa o tempo feio e os chuviscos.

Até que... minha máquina para de funcionar. Sim pára. Troco a bateria e ela nem pisca. Não é bateria. OK, sem estresse, tenho a outra máquina... só que ela também não está funcionando pois não abre! A pelicula que protege a lente não está abrindo!

Algumas tentativas depois, consigo abrir na marra e vejo que a mesma ainda tem no máximo 42 minutos de bateria. Opto pelo passeio de Bateau Mouche para tentar curtir e tirar umas fotos ao longo do sena e a bichinha dura...

Findo o passeio, resolvo ir ao Louvre, quero ver a pirâmida mais uma vez. Pergunto a N pessoas sobre a localização e se está aberto e todos indicam. Vou voando e pego o metrô, afinal, meu limite é 20:30 no metrô voltando pro aeroporto. Chego 20:20 no Louvre e... fechado! PQP! Raiva! Mas não posso perder tempo com piti.

Volto para o metrô, mais uma estação e desço na conexão para o trem que vai para o aeroporto. Chegando lá tem um parado no local onde deveria ser o mesmo, pergunto a um local e ele diz que não é... e era! Entro em desespero será possível??

Um rapaz indiano aparece, me vê nervosa e tento explicar o que aconteceu em francês e ele me mostra na TV, explicando o esquema dos trens: o próximo chega em 5 minutos e é direito, non-stop! Alegria, alegria! São quase 21:00, vai dar tempo! O trem chega, entro e ele começa a ir, tranquila. Tenho uma hora e alguns minutos para chegar com tranqulidade, pois meu vôo é as 23:20 e o check in já está feito: embarque começa 22:10.

Quando de repente, não mais que de repente... o trem para. Os auto falantes anunciam problemas, pedem a todos que se acalmem e não saiam dos trens. Ficamos 20 minutos parados e novamente se repete. São quase 21:40 e eu estou TENSA. O trem volta a andar, entra num túnel escuro e... para tudo de novo e ficamos sem luz. PQP, eu saio do Brasil pra ficar encalhada numa porcaria de trem Italiano e sem luz???

Tento me acalmar e respiro fundo, já que escândalo não resolve. Afinal o avião só decola 23:20, eles não são loucos de deixar um bando de pessoas presas num trem por quase duas horas! Quando estou no limite o trem volta a andar lentamente e não para mais. Irritantemente lento. Chegamos no aeroporto 22:00!

Felizmente no Charles de Gaulle a integração entre os trens e o aeroporto é mais evidente e me acho facilmente. Faço um lanchinho, compro uns últimso chocolates, me dou ao luxo de ficar meia horinha na internet. Meu embarque só termina mesmo 23:10, vou ficar em pé na fila feito otária para quê?

Entro no avião e meu lugar está lá me esperando e eu mortinha. Espero meu jantar pra dormir pois ainda estou faminta e a comida é ÓTIMA. Mais ainda quando vejo no cardápio que dali há pouco haverá champagne e Haagen Daaz à minha espera. Ou melhor, à espera da mendinga molambenta.

Cochilo e acordo no meio da noite e minhas pernas não se mexem! Por causa da posição, finalmente descobri o que pode vir a ser a síndrome da classe econômica: minhas pernas incharam, não consigo dobrá-las, não tenho mais tornoze-los e entrei em pânico! Fui ao banheiro e molhei as pernas, esfreguei as mesmas e elas não melhoravam.

Minha poltrona era de frente para a parede e, apesar de estar sozinha na fileira, os braços não levantavam, pois estas cadeiras tem a bandejinha embutida. Ento no chão para esticar as pernas e a aeromoça me convida a me levantar pois é perigoso, caso venhamos a enfrentar turbulência. Mais perigoso que ter as pernas amputadas ou morrer de trombose? Fala sério.

Me levanto, coloco as prnas na parede e me sinto numa daquelas posturas loucas de Yoga e nada funciona. Começo a caminhar mas estou MUITO cansada. Passo mais uma hora acordada, encontro uma posição mais ou menos e adormeço.. até ser acoprdada por volta das 4 da manhã com o café da manhã chegando e minhas pernas de volta ao normal.

O avião pousa, finalmente e vou voando pro Dutyfree ver minhas reservas, já que, sabendo como Murphy é, minha mala será das últimas... e é o que acontece.

Ainda tive que passar no guichê da Air France pra reclamar da mala. Vão consertar sem custos e, ainda, indenizar o cadeado e os potes de sal de frutas que sumiram na ida.

Sem contar a fila pra preeencher um papel idiota da Anvisa ou do Ministério da Saúde que não dá pra se chamar de triagem onde perguntam se vc teve febre ou sintomas de resfriado nos últimos dias e telefone de contato. Tudo por causa ta gripe suína.

E pra piorar... fila única pra declarar se há bens ou não na alfândega.

Pousei 05:45, só saí do aeroporto 08:00. Lindo não?

Cheguei no trabalho 09:40 sã e salva. E ainda deu tempo de desfazer boa parte das malas, entregar os presentes, separar os pedágios e me certificar que nada, nada quebrou ou se extraviou.

No final tudo deu certo.

Errado mesmo foi ter que voltar pro trabalho.

Shit.


Wednesday, May 6, 2009

Italiano: Ninguém merece!!

Meu bom humor continua.

Sera o fim do meu blog, me pergunto. Acho que perderei alguns leitores. Mas as férias estao acabando e, com elas, presumo que o meu mau humor volte, graças a Deus.

Cheguei em Sorrento ontem, ultima parte da viagem. Depois de muita correria, massas, pizza, gellatos, vinhos, um porre e varios novos amigos, todos invariavelmente novos demais mas super divertidos chego a Sorrento.

Cansada, depois de 4 horas de viagem, acho meu hostel, que mais parece um Resort, lindo perfeito mesmo. Eu recomendaria para uma lua de mel, ja que, alem de quartos coletivos tem quartos duplos e o lugare e INCRIVEL.

Pois bem, chego, faço check in, tomo uma bela chuveirada e saio, peço dicas para almoçar e me recomendam um restaurante, na saida da estaçao de trem e la vou eu. Charmosinho o lugar, bons preços, "El Leoni Rosso".

Chego, o garçon olha pra mim e eu olho pra ele, ai ele se manca e pergunta se estou esperando alguéem e digo que nao. Ele pede UM milhao de desculpas e volta correndo com o Menu e a cestinha de paes... ok, no Stress, tudo perfeito. Realmente é raro ver mulheres corajosas como eu, na Italia, sozinhas. Ainda mais aqui em Sorrento, que é uma cidade romantica.

Logo depois chega um outro garçon e pergunta se quero algo e peço azeite. Cacilda, Oil nao pode ser tao dificil de entender, ele vai la dentro e volta com o galheteiro, rapaz esperto, junto dois mais um.

Vem o garçon que me atendeu antes, peço minha massa, um vinho e ele volta com o pedido.

Ai me volta esse segundo garçon e começa a puxar papo! Pergunta de onde sou, e quando digo que sou brasileira sorri de orelha a orelha: I love Brasil! E começa a falar de Ronaldinho, de Kaka, fudeu... esculhambo eles todos logo e falo que a Marta e melhor que o Kaka. E ele vai atender a nova mesa.

Chega minha refeiçao, mal o garçon da minha mesa me serve, o outro volta e começa a puxar papo, perguntando se eu nao gostaria que ele me "ajudasse" a conhecer a cidade, se eu queria passear de scooter, que ele sai as 15hs... ai começo a sacar a dele e gentilmente declino, digo que esta tudo OK que posso me virar so e olho pro meu prato esfriando. Ele sorri e sai, UFA!

Minha massa e deliciosa! Dane-se o malinha mas eu volto aqui pra comer de novo SIM!

Termino a refeiçao, peço um cafe ao meu garçon e quem traz é o outro, o tal.

Ele insiste: tem certeza que nao, a gente podia sair pra beber algo e tal e eu digo que nao bebo, com a maior cara de pau do MUNDO e segurando minha taça de vinho. Da pra entender nao é? Ou Nao...

Peço a ele a conta mas ela nao vem. Quase 15 minutos se passam e o garçon da minha mesa vem e pergunta se quero algo. Digo que havia pedido a conta mas ainda nao tinha vindo. Ele pede mil desculpas, me oferece um Lemoncello e traz a conta.

Na hora que chega a maquininha do VISA vem o dito cujo, todo arrumatinho, cheiroso, penteado e com o capacete na mao. Safado, foi de proposito mesmo!!!

Agradeço gentilmente e sorrindo (gente como consigo), digo que prefiro me perder por ai, achar as coisas e começo a me levantar. So neste momento noto que eu era a UNICA pessoa almoçando sozinha no restaurante e que TODAS as outras estao olhando para mim.

Mas dane-se, ninguém mais vai me ver mesmo...

Sai correndo e desço a ruela à esquerda, buscando o centro da cidade, uma precinha MICRO onde tem tudo e vou ali procurar o posto de informaçoes turisticas la vem o dito, com sua scooter, para do lado e pergunta se quero carona... respiro fundo e vejo que o posto e do outro lado da rua, agradeço e fujo!! Entro na primeira ruela peadonal (so para pedestres, veiculos nao entram) e sumo da frente dele.

UFA!!

De fato eles sao terriveis, mas ainda assim nao consegui me sentir ofendida.

Admito, o cara era lindo, educado, bem vestido e tinha um sorriso daqueles de gelar por dentro. Melhor tomar cantada de garçon italiano que de pedreiro banguela ou playboy analfabeto.

Mas que a frase "eu tenho uma scooter" sou igual à maxima adolescente "eu tenho um carro (muito velho), ah soou.

Mas enfim, melhorser surda do que nao ouvir isso.

A viagem continua, segunda feira estou de volta.

Arrivederci!

Mary