Monday, December 26, 2011

G.O.R.D.A.

Ainda dá pra reclamar mais de 2011? Obrigada!

2011 parece o papo do Brasil, país do futuro (que nunca chega), em termos de recuperação pessoal. 

Há exatos 10 anos eu era uma jovem sedentária e OBESA no auge dos seus quase 80 quilos (isso mesmo oitenta) que um belo dia se revoltou contra tudo isso e achou que a solução era procurar a fórmula mágica para emagrecer mas descobriu um caminho melhor, embora mais longo. 

Um problema na tireóide que, após o início do tratamento, regrediu e juntamente com ele lebou 25kg em cerca de um ano e meio e me trouxe de volta a energia, o ânimo e o bom humor (em parte) e assijm me mantive até meados de 2006, quando entrei no meu atual trabalho.

Trabalhar 40 horas por semana engorda e eu engordei um bocado por lá. Acostumada a malhar numa certa hora, mudar a rotina foi flórida. Pulei dos 56 que tinha ao entrar pra 64. Início de 2008, revoltada, entrei na dieta com nutricionais e voltei a 57, mas no final de 2008 já estava com 60. Final de 2009 com 63. Final de 2010 com 67. Consegui baixar pra 65 na época do casamento e fecho 2011 com 72 quilos. SETENTA E DOIS. VACA.

Depois de anos vestindo P e de vez em quando M, agora é G às vezes M.

Olho ao meu redor e nem me acho a mais gorda das mulheres, ainda tenho cintura, não tenho dobras de banha. Mas ainda assim, entrar num lugar e não achar roupas faz qualquer mulher se sentir um hipopótamo.

Vestia 38 e agora 44. A maioria das lojas decentes só vai até manequim 42. Que dizer que você engorda um pouco, sai da linha e não tem direito a se vestir bem? Isso ARRASA com qualqer mulher.

Sem contar que depois de anos vestindo 38, vc, que um dia já vestiu 44, aos 80kg, hoje em dia descobre que os números das roupas diminuiram. Ou seja, se eu voltar ao peso anterior, não visto 38, provavelmente 40.

O curioso é que criou-se uma aura de politicamente incorreto exigir magreza como padrão de beleza mas ninguém pensa no quanto a modelagem das roupas podem ferir o íntimo de uma mulher.

E o pior de tudo é subir na balança e ver esse incremento no peso logo depois do Natal. De repente começo a odiar Natal, almoços comemorativos, amigo oculto e tudo mais. Engorda também sim, é foda ter que aturar tanto compromisso.

Eu pelo menos sou sincera. Se der bobeira eu como. Sou do tipo de pessoa que pra se controlar, quando a coisa tá feia, o melhor é evitar certos lugares: rodízios, buffets liberados.O almoço de final de ano bati o pé e implorei pra não ser numa churrascaria. odeio churrasco, mas fico nervosa e estando contrariada, acabo me entupindo de arroz, batata e pastelzinho.
O curioso e o contraditório é ficar nervosa vendo a comida passar e cair em cima.

E agora nem em casa que era meu porto seguro eu consigo fazer dieta. Não importa o quanto eu me esforce pra não deixar entrar besteira na casa, tenho um marido que não colabora e traz um monte de porcaria pra casa. Além de oferecer isso acaba me enfurecendo pois demonstra que está cagando pro meu esforço. E eu acabo cagando o meu esforço.

Me sinto um caco, horrenda, disforme. Não tenho ânimo de ir no salão ou de cuidar da pele. Não aguento mais comprar roupra grande e o mundo não ajuda: academia só com atestado médico.

Essa sou eu, em frangalhos adiposos, esperando esse ano de merda acabar, os médicos voltarem a trabalhar e finalmente por a vida nos eixos.

O mundo te faz sentir gorda. O trabalho te faz sentir gorda. O casamento te faz sentir gorda. Ainda bem que não quero filhos, ou eu ia dar um tiro na cabeça.

Voltarei a ser anti-social: vou malhar na hora do almoço. Como menos, vou menos almoçar fora e fico longe da tentação do shopping, mas é o jeito.

A meta de 2012? Reverter o desastre de 2011 e, se der, buscar o sonho ideal. 

"Voltar pras minhas calças 40."

Mary: "À espera de um milagre."

2011: já vai tarde!!

Anozinho de merda essa.

Quase tudo deu errado na minha vida. Me aborreci como sempre, perdi as rédeas como nunca. 

Minha vida saiu completamente dos eixos e não foi pra melhor.

Tive bons aborrecimentos no trabalho. Não tive muita paciência pra amigos e prosa. Estou insuportável.

Muita coisa azedou por terem me entubado na virada de 2010/2011 um programa de ÍNDIO em família, atravessando minhas férias sagradas e um acordo sagrado a respeito delas. Tô engasgada com essa merda até agora e acho que nem que eu faça décadas de terapia vou superar. E o pior é que as pessoas não levam a sério o quanto isso me afetou.

Não consegui cumprir UMA sequer das minhas metas pessoais.

"Ah mas você casou", dizem os amigos. E desde quando casar é fórmula de felicidade? É um stresse do cacete!! Troquei um namoro bom por vários arranca rabos diários. Tem que ter muita confiança no taco e dar tempo ao tempo e digo mais: casamento é SORTE. Não tem fórmula pra dar certo.

O tal do grande dia só não foi desastre total e com noiva em fuga graças ao patrocínio de Rivotril e muito champagne, porque PQP, saí do eixo por causa de um cabelereiro babaca e irresponsável e de um juiz de paz que quis aparecer.

Tudo culpa minha, pois a babaca aqui faz tudo pra agradar aos outros, acaba cedendo e só se ferra. Se tivesse feito uma escova normal e se maquiado em casa cortava 70% do stress do dia, pois certamente não tem nada mais estressante do que chegar num salão na hora marcada e ouvir do cabelereiro que não existe prioridade, nem pra noiva e ver ele fazendo escova em duas meninas com um sarará de matar a Elba Ramalho de inveja. Detalhe: isso foi ás 8 da manhã, eu casava meio dia e elas iam no outro casamento da cidade. À noite.

E se tivesse batido o pé pra casar a portas fechadas no cartório, teria me livrado de outra grande parte do stress e feito uma cerimônia em 2 minutos e não teria que ter aturado o panaca fazendo discurso de mais de 10 minutos apesar de eu olhar efusivamente em seus olhos demonstrando a minha total insatisfação com o rumo da prosa. Não sei como não perdi dentes neste dia ou quebrei a mão do noivo.

Deste pesadelo só consegui me livrar de duas coisas: da cafonice do vestido de noiva e do buquê. E nada de branco igual um fantasminha. Podem me julgar, mas não sou romântica. Pode ficar lindo em várias de vocês e eu posso realmente concordar com isso, mas o que é bom pros outros não é obrigado a ser bom pra mim.

De certo nisso tudo, só o marido, que se vira ao avesso pra me acalmar, me fazer me sentir querida e me agradar. Se eu não joguei tudo pro alto e saí correndo o mérito é todo dele. 

E aturar o que ele aturou na lua de mel, nunca vi. Passei UM ANO inteiro sem férias e a única viagem a que tive direito de fazer eu tava tão estressada que entrei no avião querendo voltar. Só lá pro 3º dia da viagem eu me acalmei. E ele não se abalou. nem quando a terra tremeu por lá (5.9 na escala Richter).

Esse ano foi foda, pra esquecer mesmo. E conviver com o paradoxo das fotos que amo? Querer fazer album de casamento, da viagem e não querer lembrar do dia.

Meu compromisso em perder peso virou ao avesso e engordei, cheguei a 71kg. Me acho o cocô do cavalo do bandido e ainda fico ouvindo o homem dizer que estou linda. Não sei quando ele vai entender que eleogio sincero deve corresponder ao que a elogiada acha. Ou se ele é simplesmente doente.

Não consigo malhar ainda, pois a rotina dele e do meu enteado atravessaram minha vida. Não durmo mais às 9 da noite, logo, não consigo acordar ás 6 pra malhar e por aí vai. Minha nova tentativa vai ser malhar na hora do almoço e não vou esperar 2012 pra começar. Só preciso achar um médico que trabalhe nessa época do ano pra pegar um atestado pois está foda.

Férias ainda está foda. Depois de um ano inteirinho sem férias e uma semana de lua de mel mal aproveitada por conta do estado de espírito, as próximas serão em "família". Preciso sobreviver, pois se tudo der certo, em abril serão 3 semanas longe de tudo.

2012 só vai começar em abril pra mim, chega logo 2012.

E pra esquecer o desastre do casamento e parar de ficar me lamentando, já sei o que vou fazer: vou pedir meu marido em casamento e vou casar de novo.

Em Las Vegas.

Com o Elvis.

Pois apesar desse ano de merda e de tudo o que passei no dia fatídico só me restou uma certeza. Eu amo ele.