Saturday, April 4, 2009

Cinema: Gran Torino!


Filmaço!

Tem gente que tem o (péssimo) hábito de criticar alguém pelos detalhes que lhe desagrada sem contudo considerar o todo.

Sem ele é um babaca por não ter sido contra o desarmamento, um babaca por acreditar no Bush e por ser Republicano. Mas é um PUTA ator e um PUTA diretor.

Subiu muito no meu conceito depois que assisti "Sobre meninos e lobos" (Mistic River) e "Menina de Ouro" (one million dollar babe) que me levaram às lágrimas. Desde então, se leva o nome dele estou dentro.

Apesar de ter sido o clássico rostinho bonito na sua época, tem talento e tem bom senso, escolhe os filmes que atua e escolhe a dedo quem atua em seus filmes, logo, satisfação garantida no meu humilde entender.

Mas vamos aos fatos. Se você não viu o filme, azar o seu. Não continue.

*****

Foi nesse filme que pela primeira vez tomei ciência de o quão velho esse homem é, tive que esfregar os olhos quando li no wikipedia que ele está prestas a completar 79 anos (sim, ele nasceu em 1930!): a voz engasgada, rouca a expressão cansada. Mas o que impressiona é a expressão dele o olhar marcante que em raro momentos demonstra um sentimento diferente.

Walt Kowalski, filho de imigrandes poloneses mora numa cidadezinha no meião dos EUA, daquelas de interior. Ali cresceu, se criou, criou seus filhos com quem nunca se deu bem e com quem não tm um bom relacionamento.

O filme começa com o velório de sua esposa Dorothy, a única pessoa que parecia realmente importar a ele. A cena inicial é marcante pelo olhar de raiva e pelas rosnadas que ele dá e eu defendo o mesmo. Num momento como este, vê as pessoas conversando durante a missa e seus netos fazendo grosserias e infantilidades, como se não tivessem o mínimo respeito pela avó ou pelo próprio.

Mais tarde, na casa deste, rola aquela comilança básica em velórios americanos. Aliás, se você sabe o porque desta tradição idiota, me explica.

Completamente não à vontade com o bando de pessoas em sua casa comento e se divertindo mais do que compartilhando sua tristeza, atura grosserias e comentários dispensáveis.

Menção honrosa para a neta irritante que dá vontade de espancar. Completamente à parte dos sentimentos do avô aborda o mesmo de forma egoísta para perguntar se poderia dar pra ela quando morresse sua poltrona para levar para o alojamento da faculdade. Depois sugere o mesmo a respeito do carro do avô. Um gran torino da FORD, onde ele trabalhou. Não sei como ele não espancou ela.

Enquanto rola o velório na casa bem cuidada desta, na casa do lado acontece uma festa mais animada: uma família de imigrantes (chineses) da etnia hmong está se mudando e a vizinhança comparece para recepcioná-los. Neste momento ele resmunga por ver sua vizinhança invadida por imigrantes. Ha mas ele mesmo é imigrante, nesta cidade só há imigrantes.

O bairro, lotado de gangues de imigrantes que vivem se enfrentando.

Uma delas, também de hmongs, tenta arrastar para seu lado Thao, um tímido adolescente, super na dele e de forma desastrada, ele tenta fazer sua iniciação roubando o Gran Torino de Walt, o que obviamente não dá certo e ele quase toma um tiro na cara.

No dia seguinte a gangue vem tirar satisfação em plena luz do dia e cai na asneira de entrar no jardim do homem... pra que... São expulsos com cano de espingarda na cara e o menino salvo. E ele passa a ser idolatrado pela vizinhança à sua revelia.

A família de Thao faz com que ele confesse a besteira que fez e o obriga a trabalhar para ele em gratidão por ter salvo sua vida e a partir daí, Walt começa a se envolver com Thao, sua família e os vizinhos e a desenvolver laços que não possui com sua própria família.

Que aliás, puta que os pariu, só querem saber da vida deles.

Vão visitar o pai em seu aniversário, levam um bolo idiota, um telefone com teclas GIGANTES como se ele fosse cego e uma pinça gigante. isso pra um homem superativo e do tipo faz tudo.

Nota-se que não conhecem ele mesmo.

Quando abrem um prospecto sugerindo que ele se mude pra um asilo pra não ter mais trabalho ( e deixar que eles se livrem da casa ) são expulsos dali... mereciam a espingarda no meio da fuça isso sim!! Isso eu chamo falta de porrada na infância.

Ah e tem o padreco, que era amigo de sua esposa e tenta convencê-lo a se confessar porque era o desejo desta. Ese garoto é um capítulo à parte.

"O que um virgem de 27 anos pode me ensinar sobre a vida"??

O desenrolar do filme, bem, recomendo que assistam, já falei demais. Final diferente e que foge do lugar comum.

Clint Eastwood parece fazer sempre o papel dele mesmo. Sério. Seco. Curto e grosso. Humor cínico e debochado, reservado ao extremo, mas sensível e dedicado aos que ele tem consideração.

Por isso declaro que a partir de hoje, aquele que quiser se candidatar ao posto de homem da minha vida deve seguir o padrão Clint Eastwood. Mas desarmado. E sem cigarro. Cervejas são toleráveis, mas tem que saber beber.

Interessados podem escrever para marygarotatpm@gmail.com. Favor respeitar o limite mínimo de altura de 1,75 para eu poder continuar usando salto alto.

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